domingo, 1 de julho de 2007


Bem adestrados


Meus amigos,

falam comigo

apenascom a cabeça

tipo lagartixas

suas vozes

foram abafadas

deixaram de acompanhar as passeatas

de gritar

meus amigos

hoje passeiam

brincam de bater

em quem grita

em quem sai ruas

meus amigos

metem

metem

pavor,

horror,

medo.

Meus amigos

São vítimas.

São chamados de homens

São homens

De cacetetes,

De bala,

De farda.

meus amigos

foram bem adestrados.

Meus amigos

Só faltam latir.

Unidade em ebulição

Um namoro, uma cachaça

Uma passeata

A juventude em ação
A fuga, a leitura

A contestação

A Juventude dizendo não

Caminhando

Na contramão

Entrando na luta

Pela Organização.

Transformando muros

Em Jornais

Pra fazer com que

O trabalhador

Veja

O que não se diz

Sobre a sua dor

Na veja.

Na beira do rio

Um saco gritava

O sapo olhava

Era uma criança sufocada

Que foi jogada

Amarrada

Nem falava

Nem nadava

Nem andava

Quem ficou sem palavra?
Palavras Vermelhas

Alforriar a palavra
Da boca tapada
Passar a navalha
Com força de vanguarda
Fazer da palavra arma
Em qualquer barricada
Palavra encarnada
Da causa sagrada.

As imagens
Não estão na margem
O desastre face-a-face
A maquina, o braço
A parte
Retalhos de braços
Um todo espedaçado
Um operário
Um conhecimento fragmentado.

sábado, 30 de junho de 2007

Debulhar caminhos

Debulhar os caminhos
Com os braços que vão
Surgindo
Hora retrocedendo
Em outra volta seguindo
Apesar dos espinhos
O novo sonho
Vai se construindo.
O bicho e a palavra

Na mobilidade
Imóvel da palavra
Entre a barreira
Da vontade e da realidade
Qual será a celebridade?
Se não o bicho gente
Em vulnerabilidade e combate.
Não fico mais
Sentado, deitado, parado
Respirando os ventos
Os ventos negros
Saio sufocado
Mas não paro
Saio enjaulado
Beijando o ar
Da liberdade
Tão tumultuado.
Vamos encarar de frente
O inimigo está presente
Ele é envolvente
Um bom persistente
Ele trama por trás e pela frente
Cuidado para não virar cliente
Cego e crente
Seja forte e resistente
E tire o burguês da frente.

quinta-feira, 28 de junho de 2007


O sangue transborda pelo chão

Mais um trabalhador decai na opressão

O sangue alimenta o transtorno

Provoca um sonho novo

O povo Arquiteta uma virada

Uma mudança disparada

No chão, terra firme da consciência

Povo e sangue fazem revolução.


Esticar os braços

Aumentar os passos

Beber do combate

Não fugir do embate

Disfarce é o traje

Do inimigo de classe

Braços cruzados

É a bala do teu abate.






A nossa voz chamará à aurora

E ela não escutará

A aurora não vem

Com o nosso cantar

Aurora, aurora está chegando hora

Não hei de esperar a tua demora

Sem tréguas, sem cessar

A lutar continuará

Pois a aurora só vem com muito labutar.